terça-feira, 11 de dezembro de 2007

hoje desejei não habitar, como se isto fosse possível. mas não gosto de viver de possíveis. então, desejei muito. quiz apagar as marcas do chão, devolver às plantas a terra original , não escutar o ruído dos pequenos seres que partilham esta moradia. quiz fechar todas as janelas da casa e ensurdecer os barulhos da rua. tentei afastar o amor, a solidão que se acomoda lentamente, a lembrança de um corpo entre os travesseiros. fui até a rua tentando ausentar-me da mesa, do telefone, da transgressão (como se isto fosse possível), e tentei inventar um pequeno mundo de tristezas mais suportáveis. hoje desejei não habitar o impossível.

domingo, 18 de novembro de 2007

hastes de grama (ainda que grama) sobre a terra (ainda que terra). efêmeros nada.

domingo, 14 de outubro de 2007


seus escapes de subjetividade causavam-lhe medo.
assim como os soluços e a espessura das coisas.

sexta-feira, 20 de julho de 2007


uma carta não enviada existe. o que foi dito na hora errada existe. o que não foi dito existe (pequenos desvios do discurso).

sábado, 7 de julho de 2007

nenhuma linguagem. nenhum signo. nenhuma imagem.
dor.
nao é uma palavra ou código, é um órgão.

Já que não podemos extrahir belleza da vida, busquemos ao menos extrahir belleza de não poder extrahir belleza da vida. Façamos da nossa fallencia uma victoria, uma cousa positiva e erguida, com columnas, magestade e aquiescencia espiritual.
Fernando Pessoa in O Livro do desassossego

sábado, 23 de junho de 2007

procuro outro lugar à mesa, o lugar ao lado do outro que me estimule e cause medo dizendo, por exemplo, aos que dormem tranquilamente a comer o amor: "a abóboda celeste acaba de ruir.
maria gabriela llansol

terça-feira, 19 de junho de 2007

segunda-feira, 18 de junho de 2007

domingo, 17 de junho de 2007




entao ela lhe pergunta porque deveriam ir até aquele lugar ignoto e a outra lhe responde que lá existe uma casa que é preciso pintar e tornar habitável.